July 27, 2023
Desde a revolução industrial, o uso de máquinas agrícolas tornou-se imprescindível para maiores produtividades da agricultura. Porém, você já parou para pensar nos impactos causados pelo amassamento da cultura no momento da aplicação de defensivos?
Safra após safra, os agricultores têm cada vez mais o hábito de calcular seus custos com defensivos, combustível e mão-de-obra. Mas muitos se esquecem de calcular os danos causados pelo amassamento decorrentes do rodado dos equipamentos.
No artigo de hoje convidamos você a conferir os danos causados pelo amassamento das plantas, dicas para realizar o cálculo do dano causado pelo rodado do equipamento, além de entender porque a pulverização aérea pode ser uma boa alternativa para a solução deste problema.
Diante da grande diversidade de pragas, doenças e plantas daninhas que podem acometer as culturas agrícolas, é comum realizar o controle químico realizado por pulverizações tratorizadas.
No entanto, mesmo eficiente, este é um manejo que irá ocasionar o amassamento das plantas pelos rodados do pulverizador. Com isso, o estande de plantas e a produtividade da cultura podem ser comprometidos.
Em qualquer cultura agrícola, plantas amassadas produzem menos, não produzem ou até morrem, resultando em perda de produtividade.
Diante disso, a adoção de práticas que visem reduzir os efeitos do amassamento é uma grande necessidade.
Dentre estas práticas o uso de maior largura da barra de pulverização ou a aplicação de produtos fitossanitários por via aérea se destacam, como você ainda verá neste material.
Com a automação, as máquinas agrícolas estão cada dia mais eficientes e contribuindo com a produtividade, porém tais máquinas estão muito mais pesadas e maiores.
Consequentemente, o peso fica concentrado em pequenas áreas do solo, o que causa compactação do solo e perdas de produtividade de áreas em decorrência do amassamento da cultura.
O amassamento da cultura, por sua vez, ocasiona uma série de consequências, que reduzem a produtividade por diversas razões, dentre as quais se destacam:
Restrição ao crescimento e desenvolvimento das plantas: em diferentes culturas, o amassamento pode restringir o crescimento e desenvolvimento das plantas devido à limitação da absorção de luz, água e nutrientes pelo sistema radicular.
Consequentemente haverá menor produção de biomassa com comprometimento da formação de órgãos reprodutivos, reduzindo a produtividade.
Maior suscetibilidade a pragas e doenças: outra consequência do amassamento da cultura relaciona-se à possibilidade de desenvolvimento de pragas e doenças, principalmente porque as plantas enfraquecidas pelo amassamento têm menor capacidade de defesa contra o ataque de pragas em geral.
Além disso, as máquinas terrestres podem também ser uma fonte para disseminação de patógenos de uma área contaminada para outra saudável.
Assim, quando uma área já afetada pelo amassamento recebe um novo patógeno, ela pode sofrer com infestações e infecções mais severas, resultando em perdas adicionais na produtividade.
Maior impacto na qualidade dos produtos agrícolas: além da perda de produtividade, o amassamento da cultura pode também comprometer a qualidade da produção. Assim, podem ocorrer grãos deformados, além de injúrias em vagens, espigas, folhas e ramos.
O resultado será um menor valor comercial do produto com maiores dificuldades na comercialização com preços melhores.
Prejuízos econômicos: todas as consequências anteriormente apresentadas resultarão em prejuízos econômicos, aumento dos custos de produção (devido à necessidade de replantio em alguns casos), maiores gastos com manejo de pragas e doenças, e a perda de valor dos produtos agrícolas no mercado.
Diversos estudos indicam que os danos causados pelo amassamento da cultura podem variar de 0,80% a até 10%, dependendo da cultivar e do manejo da cultura adotado.
Como fazer o cálculo do amassamento da cultura?
Todo agricultor cultiva a terra para ter boas produções e ganhar dinheiro. Mas, para isso é fundamental que o agricultor conheça seus custos de produção.
Para este cálculo, todos os custos devem ser considerados, desde o uso de defensivos, combustível, mão-de-obra, até o preço da cultura no mercado.
Também é importante calcular o custo da aplicação de produtos (herbicidas, fungicidas e inseticidas) e, neste cálculo, o agricultor não deve se esquecer do dano resultante do amassamento da cultura pelo rodado do pulverizador.
Neste cenário há uma metodologia que funciona muito bem para o cálculo do dano e da perda causados pelo amassamento do rodado do equipamento.
Vamos explicar como fazer essa metodologia tomando como exemplo as perdas decorrentes do amassamento dos pneus de um pulverizador para a cultura da soja de uma determinada área. Veja:
Para fazer este cálculo de uma forma mais precisa consideramos o uso de um autopropelido com 30 m de barra e 0,345 m de largura de pneus.
Neste exemplo, a área pulverizada é de 85,56 ha. Depois disso é preciso definir o quanto este pulverizador “andou” dentro do talhão. Para isso deve-se realizar a medida de cada passada da máquina separadamente dentro do talhão.
Quando somadas, essa área indicou que o pulverizador andou cerca de 30.397,7 metros, ou seja, houve 30,3 km de amassamento da cultura.
Tendo esse valor, é necessário realizar o cálculo de largura dos dois rodados, ou seja: 0,345 m x 2 = 0,69.
Por fim, basta multiplicarmos o amassamento em todo o talhão pela largura dos pneus, ou seja: 30397,7 x 0,69 e dividir por 10000 (área de 1 hectare).
O resultado deste exemplo foi de 2,09 hectares que foram completamente amassados por este pulverizador. Para a área total do talhão em questão (85,56 ha) a perda pelo amassamento é de 2,44%.
Isso até pode parecer pouco, mas se considerarmos que este produtor teve média de 69 sacos de soja por hectare, a sua perda foi de aproximadamente 144 sacas.
O preço da saca de soja é de aproximadamente R$141,30. Se ele multiplicar isso pela sua perda, ele deixou de ganhar incríveis R$20.347,20 em apenas 85 ha.
Importante salientar que este valor é variável de acordo com o tamanho da área, tipo de pulverizador e os rastros excessivos que surgem em decorrência dos deslocamentos laterais que ocorrem em virtude de condições adversas do solo.
Também é preciso considerar que nestes cálculos houve o auxílio do GPS, que considera que a máquina irá se deslocar sempre no mesmo trilho. Mas se o equipamento não se deslocar sempre nos mesmos trilhos, os danos pelo amassamento certamente serão muito maiores.
Para evitar as perdas por amassamento, cabe ao agricultor acompanhar de perto o estado físico do solo, realizando anualmente sua análise para detectar sinais de compactação e principalmente tentar racionalizar o uso do maquinário terrestre, diminuindo o número de entradas das máquinas no campo.
Neste último caso, o uso da pulverização aérea se configura como uma excelente estratégia para reduzir o amassamento da cultura.
O manejo da lavoura por via aérea não causa danos diretos à cultura, como o amassamento, nem indiretos, como a compactação do solo e a disseminação de patógenos de uma área para outra, o que é comum por vias terrestres.
Além de não precisar encostar nas plantas, o uso de aviões e drones garantem maior agilidade e uniformidade da pulverização de lavouras, economizando água, produto e combustível, permitindo a aplicação inclusive em áreas cujas condições do solo são inadequadas temporariamente para a entrada de máquinas terrestres.
Portanto, realize o cálculo sugerido, adaptando-o para as condições da sua área e veja quanto você perde em produtividade e lucratividade apenas com o amassamento de culturas.
Com o resultado do seu cálculo, certamente você começará a pensar na possibilidade de investir na pulverização aérea.
Ficou em dúvida sobre como calcular a perda para a sua área ou quer saber mais sobre a viabilidade de uma pulverização aérea na sua lavoura? Então acompanhe nossos conteúdos ou entre em contato que um de nossos especialistas ficarão felizes por te fazer lucrar mais com a sua produção!
Tags